Pesando quase 300 kg e desempregado, Joilson Souza, de 38 anos, está na fila para fazer cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Mato Grosso.

Ele reclama da demora, que se tornou maior após a suspensão desse tipo de procedimento pelo Hospital Metropolitano de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.

Ele afirmou que sente dificuldades para respirar e para dormir devido à falta de ar. Por causa da obesidade, ele passa a maior parte do dia deitado.

“Tenho falta de ar, não consigo dormir e só vou até o quintal da casa e depois volto”, reclamou.

Joilson disse que ficou psicologicamente abalado após a morte do pai e começou a engordar depois disso e entrou em depressão.

Joisol Souza diz que pensava que estava na fila, mas no ano passado descobriu que o nome não estava no cadastro de regulação (Foto: TVCA/Reprodução)Joisol Souza diz que pensava que estava na fila, mas no ano passado descobriu que o nome não estava no cadastro de regulação (Foto: TVCA/Reprodução)

Joisol Souza diz que pensava que estava na fila, mas no ano passado descobriu que o nome não estava no cadastro de regulação (Foto: TVCA/Reprodução)

Segundo ele, o pai dele morreu em 2003 por causa da obesidade. Ele faleceu sozinho em casa e só foi encontrado cinco dias depois.

Desde então, começou a enfrentar a depressão e a obesidade mórbida.

Em 2014, a família procurou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para que ele pudesse entrar na fila para a cirurgia bariátrica pelo SUS.

De acordo com Joilson, uma assistente social incluiu o nome dele nesse cadastro de regulação, mas no ano passado foi descoberto que a assistente social não trabalhava mais na unidade e que o nome dele nunca esteve na fila.

Com isso, no ano passado, foi dado entrada ao processo novamente para que ele entrasse na fila. Em janeiro deste ano, o pedido foi aceito.

No entanto, ele reclama da demora para marcar a cirurgia. De acordo com ele, o SUS informou que ele só deve conseguir a cirurgia em 5 a 10 anos.

O prazo é muito longo, já que está muito pesado e com a saúde debilitada. “Eles deram de 5 a 10 anos para fazer a cirurgia e ele não tem todo esse tempo”, declarou a prima dele, Visany Jesus Dias.

O diretor técnico do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Fábio Liberali, disse que as cirurgias estão suspensas, mas que a Secretaria Estadual de Saúde está negociando com os fornecedores para que as cirurgias bariátricas possam voltar a ser realizadas a partir da próxima semana.

Segundo ele, são realizadas 20 cirurgias por mês e que 1.150 mil pacientes estão recebendo acompanhamento.

Fonte: Globo.com

A pessoa que se submete a cirurgia bariátrica, provavelmente, já tentou inúmeras vezes perder peso e não alcançou o objetivo. Emagrecer por meio de dietas e outros métodos que não foram satisfatórios, geram uma grande frustração. Por isso, é fundamental o acompanhamento psicológico após realizar uma cirurgia bariátrica.

A cirurgia bariátrica, assim como todos os métodos de perda de peso, tem uma taxa de reganho de peso, ou seja, muitas pessoas que se submetem ao procedimento voltam a ganhar peso. Isso acontece, geralmente, após o período conhecido como “lua de mel”, que são os primeiros 18 meses onde o paciente está super motivado e levando o tratamento a risca, com o acompanhamento de um médico, um nutricionista e um psicólogo.

Após este período, a perda de peso estabiliza e a pessoa volta a ficar desmotivada. Muitas vezes, o paciente regride nas dietas e ganha peso. A pessoa também volta a ser hipertensa e a ficar com esteatose hepática, o acúmulo de gordura nas células do fígado, o que apresenta um reganho de peso significativo e traz prejuízos à saúde.

No Brasil, a única técnica que tem se mostrado eficaz para atuar no reganho de peso após a cirurgia bariátrica, pela técnica do BYPASS gástrico (FOBI-Capella, Wittgrove, Higa), é o Plasma de Argônio. É a técnica mais promissora e com resultados bastante satisfatórios. O Plasma de Argônio já é usado em vários países com sucesso.

No Brasil, ele foi liberado pela ANVISA e tem sido uma grande alternativa para esses pacientes. Portanto, quem não aproveita todo o auxílio promovido pela cirurgia nos primeiros anos, encontra no Plasma de Argônio uma nova chance para remodelar sua anastomose e alcançar o objetivo de perda de peso.

A anastomose nada mais é do que a emenda cirúrgica feita entre o estômago reduzido e o intestino delgado. Com o tempo, a dilatação pode ocorrer permitindo a passagem fácil do alimento ingerido. Com o tratamento pelo Plasma de Argônio, essa anastomose reduz o diâmetro trazendo novamente saciedade ao paciente, o que o ajudará a voltar a perder peso.

Dr. Guilherme Antoniette
CRM/SP: 79.160 – RQE n° 40.632

fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/especial-publicitario/clinica-endonette/vencendo-a-obesidade/noticia/reganho-de-peso-pos-cirurgia-bariatrica.ghtml

CARTEIRINHA-EXEMPLO

Você já ouviu falar da Carteira de Identificação do Paciente Bariátrico? A carteirinha foi criada para facilitar o atendimento adequado de pessoas que passaram por uma cirurgia bariátrica ou metabólica, principalmente em emergências ou em rotinas de diagnósticos. O objetivo é que o documento funcione como um mapa das mudanças promovidas no corpo do pacientes submetidos aos procedimentos.

“A carteira de identificação é uma forma de reunir informações importantes sobre o paciente e contribuir para sua segurança”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Josemberg Campos. Entre os dados inclusos no documento estão o tipo sanguíneo, doenças associadas, o nome do cirurgião, a data do procedimento e a técnica utilizada.

 

O paciente pode adquirir a Carteira de Identificação junto aos cirurgiões bariátricos associados à SBCBM, que fica responsável pelo fornecimento do documento ao profissional. Portanto, os interessados em ter o documento devem procurar diretamente seus médicos para verificar a disponibilidade. “A SBCBM não emite a carteirinha para pacientes, mas oferece esta possibilidade aos cirurgiões associados que desejem fazê-lo”, explica o presidente da SBCBM.

Descontos
Em julho de 2016 a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto de lei que dá desconto para pessoas submetidas ao tratamento cirúrgico da obesidade de 30% a 50% no valor integral das refeições em restaurantes à la carte e em rodízios. Restaurantes por quilo não fazem parte da lei, que entrará em vigor a partir da publicação no Diário Oficial.

O critério utilizado para garantir o desconto é a apresentação de um laudo médico ou da Carteira de Identificação de Paciente Bariátrico e Metabólico atestando que o paciente foi submetido a uma cirurgia bariátrica. Esta situação é válida apenas para o Estado de São Paulo. Outros municípios e estados possuem iniciativas similares, mas o paciente deverá se informar diretamente nos órgãos públicos competentes.

“A carteirinha foi criada há mais de cinco anos com o objetivo de identificar os pessoas operadas. Pacientes que pretendem receber os benefícios da nova lei devem procurar seu médico. Se não houver disponibilidade da carteira de identificação, é possível ter em mãos o laudo para comprovar a cirurgia bariátrica”, diz o Dr. Josemberg Campos.

cupom1

 

andre marques emagreceu tanquinho capa 2

 

Desde que André Marques emagreceu, o famoso vem chamando atenção pelo corpo mais enxuto. Mas agora, mais do que os 73 kg eliminados pela cirurgia bariátrica, o que se torna comentário é a barriga tanquinho que o famoso conquistou. Imagens publicadas por ele no Instagram mostram: nada de gordura, zero de flacidez.

A foto criou polêmica sobre a falta de sobra de pele no corpo do famoso. Em algumas oportunidades, ele já afirmou não ter feito cirurgia para tirar flacidez, porque não teve problemas com isso. Ao colunista Leo Dias, em maio de 2014, ele disse: “Muita gente me pergunta, mas ainda não fiquei flácido, não. Também, se ficar não tem problema, não, faço cirurgia de boa. O que minha médica me explicou é que, no meu caso, não tive uma infância obesa. Eu fui engordando com o passar dos anos, então, quando você vem de muitos anos com sobrepeso, a pele estica muito mais. A pele cansa”.

Mais recentemente, em maio de 2015, o personal trainer de Marques, Xande Negão, confirmou ao Ego que ele não precisou tirar sobra de pele. “Ele não ficou com muita pele sobrando, não sei se porque é novo”.

Dieta e exercícios

O apresentador da Rede Globo revelou alguns detalhes do novo treino e da nova alimentação que começou a seguir após a cirurgia de redução de estômago. Essas foram as chaves para conseguir ter um corpo durinho e atlético. Confira as cinco mudanças principais na rotina de André Marques que foram as responsáveis pela transformação.

  • André intensificou os treinos e passou a malhar quatro vezes por semana com a ajuda de um personal. Isso fez com que ele tivesse acompanhamento de perto e a frequência ideal para atingir os resultados desejados.
  • O famoso adotou um treino de circuito, que é mais eficiente do que um treino comum. As atividades duram uma hora e contam com uma mistura de aparelhos de musculação e aeróbicos.
  • As abdominais também passaram a ser mais frequentes e entraram no treino circuito do apresentador. Ele realiza uma série sempre que muda do aeróbico para a musculação – e isso acontece seis vezes durante o circuito.
  • Seis refeições ao dia. É assim que André se alimenta. Para conquistar o corpo mais definido, ele prioriza a proteína, que favorece o ganho de massa magra e o desenvolvimento de músculos.

 

cupom1

 

 

andre marques emagreceu tanquinho gal

1ª mulher a reduzir estômago sem cortes na barriga conta como está, 4 meses depois

millene-reducao-de-estomago-0517-1400x800-4

A farmacêutica Millene Kogan Copat, de 29 anos, há anos convivia com a obesidade grau 1. Com 1,67 cm e 96 kg, ela já havia tentado de tudo para emagrecer, mas nunca conseguiu chegar ao peso que desejava. A jovem até pensou em recorrer à cirurgia bariátrica, mas a operação só é indicada para pessoas com graus mais avançados de obesidade.

“Já fiz dietas malucas, tomei medicamentos para emagrecer a vida inteira, mas eu emagrecia um pouco e ganhava peso muito rápido. Eu perdia em um mês e já ganhava no mês seguinte”, relembra sobre suas tentativas de emagrecimento.

 

Gastroplastia endoscópica: o que é?

No ano passado, Millene ficou sabendo que a Faculdade de Medicina do ABC estava em busca de voluntários para um procedimento intitulado de gastroplastia endoscópica. Trata-se da cirurgia que está sendo chamada de nova bariátrica – apesar de e consiste em reduzir o estômago por meio de um equipamento de sutura endoscópica que é inserido pela boca do paciente.

Neste procedimento, o equipamento “grampeia” o estômago do paciente com o intuito de reduzi-lo de tamanho. As principais diferenças em relação à bariátrica são a ausência de cortes, maior rapidez do procedimento e o critério para liberação do paciente, já que ele não precisa ter IMC acima de 35, nem apresentar problemas de saúde, para aderir ao método (na bariátrica tradicional, o paciente precisa ter IMC acima de 40, ou então acima de 35 com outro problema de saúde associado, para fazer o procedimento).

Emagrecimento

Em menos de 4 meses após se candidatar e passar pela cirurgia, ela emagreceu 19,5 kg. A farmacêutica ainda pretende emagrecer mais 10kg e diz que não poderia estar mais feliz com o resultado.

“Foi mais tranquilo do que eu esperava. Só senti dores abdominais e um pouco de enjoo no primeiro dia. No terceiro dia, já queria sair de casa, me sentia ótima”, relembra.

Pós-operatório

Como o estômago é reduzido de tamanho, como na bariátrica, o pós-operatório é praticamente igual ao da redução de estômago convencional.

“Fiquei 5 dias só tomando água, água de coco e Gatorade. Depois foram mais 15 dias de sopa líquida e mais 10 dias só de comida pastosa. Depois disso, fui voltando a comer os sólidos aos poucos”, comenta Millene.

De acordo com a jovem, o pós-operatório exige disciplina e, para ela, a terapia e a perda de peso rápida foram fundamentais para que ela não perdesse o foco.

“A terapia ajuda porque é a cabeça que quer comer, às vezes dava vontade de sair da dieta, mas eu estava focada. Além disso, já perdi 3 quilos logo na primeira semana e isso anima”, relembra.

cupom1

 

Como está Millene hoje?

millene-reducao-de-estomago-0517-1400x800-3

Atualmente, Millene pode comer de tudo. A diferença é que come quantidades bem menores e evita doces. “Eu comia compulsivamente, a minha vida social era cercada por comida. Só o procedimento não faz milagre. Você tem que querer mudar a sua vida”, afirma.

Além de ter reduzido o estômago, a farmacêutica passou a comer frutas, legumes, levar marmita para o trabalho e ir à academia. “Hoje eu sei que juntar as coisas é o que dá resultado e isso anima”, comenta sobre ter aliado a redução de estômago com dieta e atividade física.

Para continuar vendo resultado, Millene segue tendo acompanhamento nutricional para saber as quantidades certas de cada alimento e o que deve ou não comer.

“Não sei quanto eu consigo comer porque não exagerei nenhuma vez. Sigo uma dieta que tem um pouco de tudo e sigo à risca”, comenta.

Com esta dieta, ela tem comido até chocolate. “A nutricionista liberou o 70% cacau três vezes por semana. Eu faria de novo. Não foi um sacrifício e eu estou muito feliz”, enfatiza.

 

 

 

Fonte: vix.com

 

A longa fila de espera para cirurgia bariátrica no Brasil provoca mortes evitáveis e custos ao sistema de saúde. Pesquisa estimando consequências da demora no acesso ao procedimento mostra que, a cada mil pacientes que aguardam a cirurgia, cinco morrem por ano de espera. Como a estimativa dos pesquisadores é de que até 9 milhões precisem da cirurgia no País – entre aqueles na fila e os que ainda necessitam de encaminhamento – e só 1,5% deles sejam operados, a falta da bariátrica causa até 45 mil óbitos evitáveis por ano.

Já o custo extra ao sistema público de saúde, segundo o estudo, é de U$ 720 milhões anuais (cerca de R$ 2,3 bilhões). São US$ 80 mil (aproximadamente R$ 256 mil) gastos a mais com esses doentes, a cada ano, por complicações da obesidade.

Liderado pelo médico Ricardo Cohen, coordenador do centro de obesidade e diabete do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o estudo usou um modelo estatístico para calcular todos os prejuízos sofridos pelos pacientes que esperam na fila. Os pesquisadores compararam indicadores de eficácia e custo em vários cenários: não realização de cirurgia, operação imediata após a indicação do procedimento e espera de um, dois, quatro e sete anos na fila.

Os cientistas verificaram que o paciente que espera sete anos na fila tem 18% mais chance de morrer do que o doente que é operado de imediato. No Brasil, o tempo médio de espera por uma cirurgia bariátrica no SUS é de 3 a 4 anos, mas pode ser muito maior em algumas cidades.

“O obeso já tem risco maior de morte cardiovascular do que a população em geral. Quanto mais ele espera pela cirurgia, maior a chance de complicações associadas à doença, como quadros de hipertensão, enfarte e derrames”, comenta Cohen, que teve o estudo publicado em abril na revista científica Soard, periódico da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Mostramos, portanto, que a intervenção precoce salva vidas”, completa.

Para Caetano Marchesini, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a realização mais rápida da cirurgia não evitaria somente as mortes, mas também sequelas desenvolvidas pelos pacientes com obesidade grave. “Os derrames podem deixar sequelas irreparáveis. Outros problemas comuns são apneia do sono, dificuldade respiratória e problemas osteoarticulares causados pelo excesso de peso”, afirma Marchesini. Todos esses quadros exigem tratamentos contínuos que sobrecarregam o sistema de saúde.

Demora

Com 116 quilos, a empregada doméstica Miriam Maria de Lima, de 41 anos, está desde 2013 na fila da cirurgia bariátrica na rede pública de Pernambuco, que conta só com quatro hospitais públicos que realizam a técnica. Durante os anos de espera, desenvolveu um grave problema de joelho – que a impediu, por meses, de trabalhar – além de hipertensão e aumento da taxa de glicose.

Também acabou entrando em um quadro de depressão e ansiedade. “Vi minha saúde se deteriorando aos poucos e isso tudo mexeu demais comigo. Por causa do problema do joelho, que foi em grande parte causado pelo excesso de peso, deixei de trabalhar, de dançar, de usar salto alto, de sair, passear. Durante meses praticamente deixei de viver. Não tinha mais alegria e isso foi ruim. Foi difícil conseguir energias, forças para seguir em frente e continuar lutando”, contou.

Em março, ela foi incluída no programa de um hospital estadual para a realização do procedimento. A espera, porém, ainda não acabou, já que o prazo máximo para que o paciente passe pela cirurgia após entrar no programa é de dois anos.

O comerciário Apolônio Dias, de 38 anos e com 139 quilos, se inscreveu para fazer a cirurgia em dois hospitais, mas ainda não há previsão. “Já são dois anos esperando e só faço engordar cada vez mais. Desde o ano passado estou com pressão alta e diabetes, além de alterações nas taxas do colesterol.”

Segundo Dias, a informação que recebe das equipes de triagem é de que a média de espera – nos programas em que está inscrito – é de três a quatro anos. “Nesse tempo, não sei o que pode mais acontecer. No mês passado, um rapaz que também estava tentando entrar na fila morreu por causa de complicações da diabete. Tinha 28 anos. Estou preocupado. Se tivesse condições, já tinha procurado serviço particular, mas infelizmente não tenho”, afirma.

Disparidade

Os pacientes que têm acesso à rede particular ou a plano de saúde, de fato, conseguem passar pela operação mais rapidamente. Tanto é que enquanto a rede privada realiza cerca de 110 mil cirurgias bariátricas por ano, a rede pública faz apenas 8 mil. Em cinco Estados brasileiros, o SUS não tem nenhum centro que realize a cirurgia: Amazonas, Goiás, Roraima, Rondônia e Amapá. Nesses casos, os pacientes precisam entrar na fila de hospitais de outras unidades da federação.

 

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Nacional/2017/04/falta-de-cirurgia-bariatrica-mata-ate-45-mil-por-ano-no-brasil-diz-estudo.html

consumo-de-refrigerantes

Médicos encontraram indícios de relação direta entre a obesidade infantil e a diabetes do tipo 2. Crianças obesas teriam, de acordo com o estudo, quatro vezes mais chances de ter diabetes do tipo 2.

Os pesquisadores estenderam o estudo também para relação entre obesidade e o desenvolvimento de diabetes do tipo 1. Os dados, no entanto, mostram que não deve haver relação entre as duas coisas. A diabetes do tipo 1 é causada por um desvio no sistema autoimune.

De acordo com o doutor Ali Abbasi, líder do estudo e membro do King’s College, na Inglaterra, uma pessoa que teve obesidade infantil tem quatro vezes mais chances de desenvolver diabetes do tipo 2 aos 25 anos do que outra que não teve sobrepeso.

“Diabetes impõe um fardo pesado na sociedade já que é uma condição comum e também de custo elevado para tratamento”, diz Abbasi em comunicado.

O estudo foi publicado no periódico científico Journal of the Endocrine Society e usou dados de 369.362 crianças do Reino Unido.

Um estudo recente mostra que a incidência de diabetes no Brasil tem crescido nos últimos anos. Em 2006, cerca de 5,5% da população tinha diabetes–o número subiu para 8,9% em 2016. Fazendo uma relação com a nova pesquisa, o aumento pode estar relacionado ao crescimento no número de crianças obesas.

De acordo com o Ministério da Saúde, 90% dos portadores de diabetes do Brasil são do tipo 2. A estimativa é que o Brasil tenha 9 milhões de pacientes com diabetes.

Em dez anos, obesidade cresce 60% no Brasil e colabora para maior prevalência de hipertensão e diabetes
  • Dados inéditos divulgados pelo Ministério da Saúde alertam para prevalência alta da obesidade mesmo entre mais jovens, pessoas de 25 a 44 anos
  • Consumo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo impactam no avanço das doenças crônicas: mais de 25% da população adulta têm diagnóstico de hipertensão
  • Estudo aponta ainda que, apesar do cenário preocupante, brasileiro reduziu quase pela metade o consumo de refrigerantes e passou a fazer mais atividade física no lazer

O brasileiro está mais obeso. Em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros. Os dados inéditos divulgados nesta segunda-feira (17/4) fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país. O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos das capitais brasileiras.

Conheça aqui os dados da pesquisa apresentados pelo ministro de Saúde, Ricardo Barros.

Assista aqui a matéria da TV Saúde

Segundo a pesquisa, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que piora a condição de vida do brasileiro e podem até matar. O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.

“O Ministério da Saúde tem priorizado o combate à obesidade com uma série de políticas públicas, como Guia Alimentar para População Brasileira. A alimentação saudável aliada a prática de atividade física nos ajudará a reduzir a incidência de doenças como diabetes e hipertensão na população”, declarou o ministro Ricardo Barros.

O Vigitel, realizado pelo Ministério da Saúde desde 2006, auxilia para conhecer a situação de saúde da população e é utilizado como base para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, melhorando a saúde do brasileiro.

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE – A obesidade aumenta com o avanço da idade. Mas mesmo entre os mais jovens, de 25 a 44 anos, atinge indicador alto: 17%. Excesso de peso também cresceu entre a população. Passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016. Já é presente em mais da metade dos adultos que residem em capitais do país.

A pesquisa também mostra a mudança no hábito alimentar da população. Os dados apontam uma diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão diminuiu 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas 1 entre 3 adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Esse quadro mostra a transição alimentar no Brasil, que antes era a desnutrição e agora está entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade.

MENOS REFRIGERANTE – Entre as mudanças positivas nos hábitos identificados na pesquisa está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial. Em 2007, o indicador era de 30,9% e, em 2016 foi 16,5%.

A população com mais de 18 anos está praticando mais atividade física no tempo livre. Em 2009, 30,3% da população fazia exercícios por pelo menos 150 minutos por semana, já em 2016 a prevalência foi de 37,6%. Nas faixas etárias pesquisadas, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais praticam atividades físicas no tempo livre.

INCENTIVO A HÁBITOS SAUDÁVEIS  O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Assim que assumiu o Ministério da Saúde, Ricardo Barros publicou uma Portaria proibindo venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo dentro das dependências do Ministério. A pasta também participou da assinatura da portaria de Diretrizes de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nos Serviço Público Federal. Sugerida pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, a diretriz orienta formas da alimentação adequada e saudável nos ambientes de trabalho do serviço público federal. Além disso, constrói uma campanha pela adoção de hábitos saudáveis chamada Saúde Brasil.

O Ministério da Saúde também adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.

Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 14 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 4 mil polos habilitados e 2.012 com obras concluídos.

QUEDA DA MORTALIDADE – O conjunto de ações do Governo Federal, com expansão do acesso a serviços de saúde, diagnóstico precoce e tratamento, além das ações de promoção da saúde, já impacta na queda de óbitos precoce por Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostra uma redução anual de 2,6% da mortalidade prematura por doenças crônicas entre adultos (30 a 69 anos).

“Aumentamos a identificação das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na população, o acesso a assistência, com consultas e busca ativa e também a assistência aos medicamentos para controle o que já demonstra redução significativa nas mortes prematuras por estas doenças. Isso mostra o bom funcionamento das políticas públicas de saúde atingindo a população como um todo”, completou o ministro Ricardo Barros.

Com isso, o Brasil já cumpre a meta para reduzir mortalidade por doenças crônicas parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2022. A meta inicial era de reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022. Anualmente doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos e são a primeira causa de mortes no país.

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br

O ambiente em torno das células do câncer de mama tem papel importante no agravamento da doença, diz estudo apresentado na reunião de 2017 da American Association for Cancer Research. No encontro, os pesquisadores demonstraram que tumores crescem mais rápido quando localizados em tecidos de pessoas obesas. O estudo ajuda a explicar a correlação entre o câncer e a obesidade, já demonstrada em outras pesquisas.

 

Células do câncer constroem rotas para "viajar"pelo organismo por meio da gordura. Foto ilustrativa/Ingimage

O ambiente em torno do tumor pode ser um gatilho para a progressão da doença. Foto ilustrativa/Ingimage

“Estamos interessados em algo chamado ‘microambiente’. São células em torno do tumor e também os produtos químicos fabricados por elas”, disse Liza Makowski, professora da na UNC Gillings School of Global Public Health, na Carolina do Norte (EUA), em nota.  No estudo, o time de Liza estudou o câncer de mama em três microambientes diferentes: no de obesos, no de magros e naqueles que já foram obesos.

Resultado: os tumores ficaram significativamente maiores nos modelos obesos que nos modelos magros. Eles também cresceram no microambiente de quem perdeu peso, mas menos do que no tecido obeso.  As descobertas sugerem que a perda de peso, assim, ajuda a diminuir a progressão do câncer.

Curiosamente, no entanto, quando os pesquisadores analisaram os genes de cada tumor, eles perceberam que não havia muita diferença entre eles. Isso reforça a tese do microambiente como gatilho para o crescimento do tumor – o que pode ser importante para o desenvolvimento de novas pesquisas e tratamentos.

“A maioria das mudanças estava nas glândulas mamárias em torno dos tumores”,  disse Alyssa J. Cozzo, uma das autoras do estudo e estudante na UNC Gillings School of Global Public Health. “Isto implica que o microambiente em torno do tumor pode ser um condutor do crescimento tumoral, mesmo quando as células tumorais e as outras células que compõem o próprio tumor são relativamente semelhantes.”

Fonte: brasileiros.com.br

SUS oferecerá Cirurgia Bariátrica por Vídeo

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer aos brasileiros uma nova modalidade da cirurgia bariátrica, a videolaparoscopia. A modalidade é menos invasiva que a cirurgia tradicional pois envolve menos cortes e a recuperação do paciente chega a ser até 50% mais rápida. A decisão foi divulgada pelo Diário Oficial da União nesta última quarta-feira (01/02/2017).

SUS passa a oferecer técnicas modernas para cirurgia bariátrica e tratar varizes Gastroplastia videolaparoscópica é opção mais utilizada no mundo para a realização da cirurgia bariátrica
SUS passa a oferecer técnicas modernas para cirurgia bariátrica.
Gastroplastia videolaparoscópica é opção mais utilizada no mundo para a realização da cirurgia.

Enquanto na cirurgia aberta o paciente recebe um corte que varia de 15 a 30 centímetros no abdome, na videolaparoscopia são feitos de 5 a 6 furos, de meio a um centímetro cada. “A cirurgia por videolaparoscopia tem uma recuperação muito mais rápida, além de ter menos riscos e com menor porcentagem de complicações. É mais segura. Ela tem também menos chance de fazer hérnia, de fazer ferida na abertura, não fica cicatriz e não precisa de cinta abdominal“, explica Glauco Morgenstern, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e cirurgião bariátrico da equipe do Centro VITA de Tratamento da Obesidade e Diabetes,  no VITA Curitiba.

A presença de hérnias na cirurgia aberta chega a até 30% dos pacientes e o risco de infecções pelo corte também. “Como são pequenos orifícios na cirurgia videolaparoscópica, eu diminuo a presença das hérnias, chegando a próximo a zero. A mobilidade do paciente também é maior depois da cirurgia”, explica Caetano Marchesini, médico cirurgião bariátrico e presidente da SBCBM.

Outra complicação comum das cirurgias abertas é a expansão do pulmão no pós-operação. “Quando a cirurgia é por vídeolaparoscopia, a restrição da respiração é menor e, consequentemente, diminui as complicações respiratórias do paciente”, explica Marchesini.

Tempo menor

A cirurgia aberta demanda de 30 a 60 dias de recuperação para o paciente voltar as atividades normais, de trabalho e lazer. Na videolaparoscopia são apenas 15 dias para a recuperação e, com 30 dias, a pessoa pode começar a fazer exercícios leves. “”A videolaparoscopia tem menos chance de hérnia, infecção da ferida operatória e a cicatriz é mínima. Já na cirurgia aberta, para começar a se exercitar pode levar até 90 dias“, afirma o cirurgião Morgenstern.

Indicação diferente?

Seja a tradicional ou por videolaparoscopia, as recomendações para a cirurgia bariátrica são as mesmas. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabologia, a cirurgia é recomendada quando as outras opções terapêuticas – alimentação, exercícios físicos e medicação – não trouxeram resultados e apenas ao paciente que tiver as seguintes características:

Índice de Massa Corporal (IMC)* acima de 40, independentemente da presença de comorbidades.

IMC entre 35 e 40, na presença de comorbidades. Em janeiro do ano passado, o CFM ampliou de seis para 21 o número de doenças associadas à obesidade, que poderiam levar a uma indicação à cirurgia. Entraram na lista a depressão, disfunção erétil, hérniasdiscais asma grave não controlada, entre outras.

IMC entre 30 e 35, na presença de comorbidades que tenham, obrigatoriamente, a classificação “grave” por um médico especialista na área da doença. É também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista.

*O cálculo do IMC é feito dividindo o valor do peso pela altura, ao quadrado. Calcule seu IMC na nossa calculadora no menu lateral 🙂

Mesmas técnicas

O procedimento dentro do paciente não muda, independentemente de qual for a técnica escolhida, videolaparoscopia ou cirurgia aberta. Existem hoje no Brasil duas técnicas, aprovadas e liberadas, para a cirurgia bariátrica: Sleeve (gastrectomia vertical) e Bypass gástrico.

O Bypass reduz o estômago através de grampeamento. Como o estômago é dividido em duas partes, uma menor e uma maior, a menor parte é ligada ao intestino para que o alimento siga o curso natural. Ela mistura duas modalidades – a redução do estômago e o desvio da comida para o intestino – favorecendo o emagrecimento.

O Sleeve, ou gastrectomia vertical, traz apenas a restrição do tamanho do estômago. Tem apenas um mecanismo de perda de peso.

Para incorporar novas tecnologias no SUS, o Ministério da Saúde conta com a avaliação da Conitec, que analisa, além da efetividade da técnica, o custo e benefício para a saúde pública. Além do site da Conitec, a população também pode acompanhar os processos de incorporação por meio de aplicativo nas versões Android e IOS.

 

  • Fontes – Gazeta do Povo e Ministério da Saúde